Artigo publicado a 19 de junho de 2020 na Intergráficas - Revista
Estamos perante uma crise a nível mundial e não fazemos a mínima ideia de quando vai acabar nem como vamos ficar quando esta passar. Incerteza é o sentimento que prevalece dentro de mim. Incerteza em relação à família, aos amigos, ao negócio no setor, aos clientes... Incerteza em relação a tudo. E é num momento de incerteza destes, obrigado a ficar fechado em casa, com pouco ou nada para fazer, que me deparo com dois cenários possíveis. Ficar sentado à espera que passe (e acreditem que não faltam series para ver) ou aproveitar o tempo para fazer uma introspeção e pensar o futuro. Onde é que quero estar daqui a um, dois, cinco, dez anos... Fazer aquilo que devia fazer mais vezes mas que me escondo atrás de desculpas como falta de tempo, ou isso agora não é prioritário.
Quando vivemos ocupados com aquilo que é o nosso dia-a-dia, tão embrenhados na nossa rotina esquecemo-nos de refletir, pensar o futuro, planear, e só com este exercício é que nos conseguimos reinventar. Os All Blacks (equipa de rugby neo-zelandesa e melhor equipa do mundo há vários anos) tem como um dos princípios fundamentais “quando atingiste o topo do teu jogo, muda o jogo”. Porque podes ser o melhor, mas se não mudares o jogo vais acabar por ser ultrapassado. Este é um princípio que serve para o desporto mas adapta-se bem às empresas. Obviamente estamos numa fase em que a preocupação principal é a sobrevivência e é um problema bem mais importante que pensar o futuro. Mas a verdade também, é que se não sabemos onde queremos estar no futuro de que nos serve a sobrevivência no presente.
Por isso mesmo quero olhar para esta crise com a perspetiva do copo meio cheio, aproveitar o confinamento para repensar o que estamos a fazer no presente e perceber se o que fazemos é válido hoje, amanhã, daqui a dois, cinco, dez, ou até cinquenta anos e planear aquilo que gostava que fosse a empresa no futuro.
Comentários